A Capela de São Sebastião foi construída a mando do benfeitor Major Raimundo Coelho de Albuquerque e foi inaugurada em 1925. Localiza-se na Praça Manuel Duca da Silveira, no centro da cidade. Da ampla calçada da capela é possível ver as árvores seculares de Acaraú. No mês de janeiro acontece a tradicional festa do Padroeiro São Sebastião em Acaraú, que se realiza ao longo de 10 dias com uma vasta programação religiosa e sócio-cultural, focando em uma nova temática a cada ano.
Arquivo da tag: Acaraú
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição
Árvores Centenárias de Acaraú
PPT na caixinha de memória do Povo Acarauense
O Projeto Patrimônio Para Todos no município de Acaraú foi um sucesso! Comentado por toda a cidade, recebemos muitos elogios e agradecimentos. Todo o mérito vai para os participantes das oficinas, entrevistados, articuladores e todos que colaboraram para que tudo acontecesse de forma harmoniosa.
As oficinas encerraram no sábado, dia 09/11 com a apresentação das caixinhas de memórias e entrega dos certificados. Foi um momento de reflexão dos valores apreendidos e integração entre os participantes das turmas da manhã e tarde, que agora, juntos, foram incumbidos da missão de repassar conhecimentos sobre a memória e preservação do patrimônio.
Descobrindo as riquezas de Acaraú
O terceiro dia de oficina foi marcado por muito debate em torno dos bens escolhidos. Com ajuda dos participantes relacionamos muitos bens culturais e podemos perceber o quão grande é a riqueza desta terra. Em seguida fomos compor os grupos de pesquisa. A escolha das equipes e suas atribuições ocorreram de forma muito eufórica. Todos ficaram bastante instigados com a ideia de manusear máquinas, escrever textos, desenhar e registrar seus patrimônios.
“A reza nos côro do ladrão”
No primeiro tempo da tarde ouvimos as falas sobre o exercício da árvore genealógica, e tivemos a surpresa de ouvir uma grande história.
A história que ocorreu em Acaraú foi contada por uma das participantes da oficina, chamada Lili. Ela conta que enquanto pesquisava seus antepassados ouvia o pai falar sobre o seu avô, onde ele descrevia um episódio muito curioso.
O pai de Lili relata que o avô dela, em um dia desses nublado, resolveu deixar seu cavalo no pé da cancela. Ele estava muito apressado, depois de chegar da mata. Ao voltar para pegar o cavalo, o seu João não o encontrou mais onde havia deixado. Ele não pensou duas vezes! Indignado com a perca de seu precioso animal, fez sua reza mais poderosa, que determinava que o cavalo, onde quer que ele estivesse parado, ficasse ali mesmo, e não conseguisse mais seguir adiante até o encontro de seu dono.
Desesperado, o ladrão tentava, sem sucesso, fazer com que o animal se levantasse e seguisse. Perdendo tempo suficiente para que seu João e os filhos o alcançassem. “Eis que a reza fez valer o rei nos côro do ladrão, que nunca mais triscou os pés nas terras de seu Antônio.”
Lili conta ainda, que seu avô pretendia passar o conhecimento adiante, pois através desse dom conseguia ajudar a comunidade. À exemplo, ele ajudava a encontrar pessoas perdidas. Porém, seu filho, ao começar a aprender teve medo das vozes e visagens que vinham lhe ajudar a compreender melhor esse legado, e desistiu da ideia.
Seu João, por sua vez, faleceu. E o dom da reza daquela família foi enterrado.
Histórias e lendas… Começando PPT Acaraú!
Já no primeiro dia de oficina muitos exemplos de manifestações culturais do município foram dados pelos participantes, uma delas foi a história vivida por Silviene que vale ser contada.
A participante contou que, como de costume, foi ao Açude do Marcolino, também conhecido como Açude das Piranhas, tomar banho com os amigos. Houve um momento durante o banho que Silviene avistou de longe uma cobra com uma cabeça imensa. Seus olhos eram ainda maiores se destacavam, formados por duas crianças recém-nascidas, uma de cada lado. Silviene sentia que o olhar da cobra estava os atraindo para as profundidades das águas. Impressionados os amigos resolveram imediatamente ir embora. No caminho de volta, de longe a turma avistou uma mulher com vestes negras que vinha ao encontro deles, ela segurava duas crianças recém-nascidas, assim como os olhos imensos da cobra. As batidas do coração aumentavam à medida que a distancia da mulher diminuía. Ao se aproximar a mulher misteriosa revelou:
Eu sou a cobra que apareceu no açude! Vim trazer minhas crianças para dar a vocês.
Silviene e seus amigos na hora rejeitaram a oferta da cobra mulher e foram embora sem olhar para trás.
Os participantes do Projeto afirmam que muitas pessoas viram e viveram histórias parecidas com as de Silviene no Açude do Marcolino. O local de memória se tornou temido por alguns moradores do município, pois abriga muitas histórias e lendas.
Dinâmica da teia
No período da tarde os trabalhos retornam com força total, após todos se conhecerem, inicia-se uma dinâmica, a dinâmica da teia, onde os participantes falam sobre suas expectativas sobre a oficina. Notamos que, assim como o desenho que a teia fez, as expectativas se entrelaçaram, dando mais entusiasmo pro decorrer das atividades.