Romário (Guardião da Memória)

Membro da União Brasileira dos Trovadores – UBT e da Associação de Escritores Trovadores e Folhetos do Estado, Antônio Romário de Sousa Braga encanta o povo de Pentecoste com seus poemas e cordéis. Ele possui cinco cordéis publicados e um livro de poesias. É universitário e cursa Letras pela UVA. Além de poeta e escritor, Romário é um imitador de diversas personalidades, em especial de Pentecoste. Apesar de tantas ocupações, Romário é um rapaz jovem com apenas 22 anos, acredite se quiser!

 

SeuMoésio (Saberes e Modos de Fazer)

Antônio da Silva, o Seu Moésio: grande artesão do município e tem como matéria prima o lixo! Com 16 anos de profissão, Seu Moésio tira seu sustento através dos seus artesanatos e nos mostra como o lixo pode se tornar uma coisa valiosa, bonita e interessante. Ele nos afirmou que sua obra de maior destaque foi uma escultura no formato de uma bicicleta que está presente na Praça principal da cidade.

Márcio (Guardião da Memória)

Professor de artes cênicas do município, Márcio é uma figura fundamental para a Secretaria de Cultura de Pentecoste. Ele nos contou sobre sua história no teatro e seu interesse em repassar conhecimentos para a população local.

Sua história no teatro começou ainda criança, como brincadeira. Logo veio a paixão pela arte e hoje ele trabalha com isso, levando muita diversão e arte para os pentecostenses.

CENTRO DE PESQUISAS (LUGARES DE MEMÓRIA)

O Centro de Pesquisas do DNOCS (Departamento Nacional de Obras contra as Secas) foi eleito pelos alunos um local de memória, pela relevância tecnológica e científica em termos de aquicultura na região. Aquicultura é a técnica de acompanhar a reprodução e criação de peixes e animais aquáticos, usando a tecnologia para melhorar a produção comercial e diminuir os impactos causados pela pesca predatória.O Centro tem a capacidade de produzir 100 milhões de alevinos (peixes recém nascidos dos ovos) por ano, mas, infelizmente, devido aos cortes orçamentários a produção não chega a 30%.

São ministrados cursos no local e o lugar ainda possui um pequeno museu, com várias espécies de peixes e anomalias genéticas. Os peixes pirarucus são a grande atração do local. Há produção de alimentos também no Centro de Pesquisas, alimentos estes que são produzidos com uma matéria prima em comum: a Tilápia. Já se imaginou comendo hambúrguer de Tilápia? Ou mesmo uma linguiça deTilápia? São curiosidades que só encontramos no Centro de Pesquisas de Pentecoste!

DONA EUGÊNIA (SABERES E FAZERES)

Natural de Pentecoste, Eugênia Maciel Lima, popularmente conhecida como Dona Eugênia, foi considerada patrimônio imaterial pelos alunos graças a seus dotes culinários. Com 52 anos de idade, trabalha com confeitaria ha 20 anos, fazendo deliciosos com doces, bolos e salgados em geral.

Dona Eugênia, bem humorada e simpática, nos contou sobre sua vida, seu ofício e o porquê é a maior e mais conhecida cozinheira de Pentecoste. Já ministrou diversos cursos de culinária no município, porém, atualmente trabalha em casa, somente por encomendas.

Edimilson Severino da Silva, o artesão com mente de jovem revolucionário

Quando se fala em carnaúba, a ligação com o Ceará é instantânea, já que ela é a árvore-símbolo do Estado. Contudo, para a equipe do Projeto Patrimônio para Todos que foi a Pentecoste, quando ouvir falar em carnaúba, a memória nos ligará ao Sr. Edimilson Severino da Silva. Sr. Edimilson é um artesão e se utiliza dessa planta para produzir fruteiras, portas, mesas, enfim sua imaginação o guia nas suas produções.

Durante a conversa, em uma manhã ensolarada, Sr. Edimilson afirmou que aprendeu a fazer suas obras sozinho: “Foi um dom divino, meu filho”, e disse que seu sonho é plantar carnaúba em um grande terreno, pois assim poderia sempre tê-la perto para quando sua imaginação pedir que crie algo. Toda a conversa foicontemplada por sua esposa, D. Helena, que ao longe admirava o esposo. Ao final da conversa, vimos um grande exemplo de amor: ela se aproximou dele, ajeitando-o aqui e ali, dizendo: “Minha filha, ele é assim velhinho, mas a mente dele é de um jovem revolucionário, sempre querendo que os políticos valorizem os artesãos do local”. Por isso, que o trabalho do Sr. Edimilson é tão bonito, feito com amor e admirado pelos familiares.

Vicente Ferreira Gomes

Com um sobrenome bastante conhecido, Vicente Ferreira Gomes é conhecido em Pentecoste como Sr. Sampaio, pois morou um tempo em General Sampaio. Chegou no município ainda em 1973, para trabalhar com o prefeito da época, alguns anos depois foi eleito vereador da cidade. Além da importância política, Sr. Sampaio marcou a história de Pentecoste com o seu “Show de Calouros”, algo parecido com o Programa do Chacrinha. Havia competição musical e moças dançando no programa, chamadas de “Sampaietes”. Sr. Sampaio relembra com humor a escolha das meninas para o programa, dizendo que elas ficavam piscando o olho para ele na tentativa de serem escolhidas.

Além do programa de calouros, ele ainda produziu uma novela, na qual também atuava. O dia de seu aniversário na cidade, ainda é um momento de grande festa, pois é relembrado seus momentos musicais, como também o momento de gravar seu cd e dvd. Carismático, Sr. Sampaio conhece muito de Pentecoste, o pouco momento que o grupo conversou com ele nos divertimos muito com sua simpatia.

Margarida Gomes de Araújo

O Brasil hoje possui uma mulher como presidente, e já demostra como as mulheres podem e devem construir a política nacional. E Pentecoste mostrou que determinadas ideias já eram bem-vindas ainda na década de 70, quando Dona Margarida foi a primeira prefeita do município. De forma descontraída ela nos contou seus momentos políticos. Atualmente, ela trabalha como diretora de uma escola, dizendo que gosta de trabalhar, principalmente na área da educação, já que no seu mandato construiu 22 escolas.

Francisca Pessoa Tabosa

Nada mais justo encontrar na “Terra do peixe” uma pessoa que faça artesanato com o couro da tilápia. Chica Pessoa é a artesã que produz carteiras, bolsa, chaveiros com o couro do peixe. Já muito jovem começou a produzir peças com conchas marinhas, depois passou a trabalhar com couro de tilápia, mostrando que sua ligação com a água sempre foi muito forte.

Sua inspiração vem do Cariri, inspirada pela arte do mestre em couro Espedito Seleiro. Chica ministra oficinas dentro de Pentecoste e no Brasil todo. Já foi à Amazônia e ficou extasiada com a diversidade de peixes. Como seu trabalho tambémestá chegando à Suíça, percebemos que quando se valoriza os produtos da terra o reconhecimento é garantido.

A colecionado e escritora Cléa Campelo

Uma casinha de boneca: é esta a impressão que temos ao entrar na casa de Cléa Campelo Vieira (D. Cléa) poetisa do município de Pentecoste. Sua história com a escrita é genética: seu avô materno, o poeta Álvaro Dias Martins foi Patrono da Cadeira nº 2 da Academia Cearense de Letras. D. Cléa é membro da Ala Feminina da Casa de Juvenal Galeno, participante da revista “Jangada” pertencente a Academina de Letras Municipal do Estado do Ceará (ALMECE), e representante do município de Pentecoste na União Brasileira de Trovadores (UBT). Quanta coisa faz a Dona Cléa!

Além do vasto currículo como escritora, o que também nos levou a casa de D. Cléa foi sua peculiar mania de guardar objetos antigos, fotografias e santos de todos os tipos. Em seu museu particular, no qual leva nome de sua filha falecida (Etinha), podemos encontrar muitos objetos: rádios, palmatória, sabatinhos de bebês, uma boneca vestida com a primeira farda de D. Cléa, até uma peça de sobremesa usada por Juscelino Kubitschek, pertencente ao Clube do Náutico. Os santos ganham um lugar particular, Dona Cléa possui mais de mil e afirmou que o que ela mais gosta é o São Francisco, isso explica a variedade de modelos existentes em sua coleção. Agradeçemos a Dona Cléa por gostar tanto de guardar objetos, assim temos a possibilidade de conhecer um pouco mais do passado.

Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição

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Conceição da Barra ou Barra da Conceição foi o primeiro nome dado a Igreja Matriz de Pentecoste, atualmente chamada de Nossa Senhora da Conceição, devido a primeira missa realizada em dia de Domingo de Pentecostes, no ano de 1864. O nome do município também provém desta missa, por ter sido realizada no dia do santo Pentecostes, o local recebeu o nome em homenagem ao santo. Contudo retiraram o “s” final, fazendo com que alguns moradores ainda contestem o uso do “s” final, alegando que não existe o nome “Pentecoste”.Daí percebemos as disputas pelo real nome da cidade.

Açude Pereira de Miranda

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Localizado em Pentecoste, o açude Pereira de Miranda é considerado o terceiro maior do Estado do Ceará. Contruído entre os anos de 1950 e 1957 pelo DNOCS tem uma bacia hidrográfica que cobre uma área de 2.840 Km² foi inaugurado pelo o presidente Juscelino Kubitschek.O açude tem por finalidade o controle  do rio Canindé, com a regularização do rio Curu. Possui uma grande importância econômica, pois, boa parte da população vive da pescaria e da travessia do açude. Infelizmente, o açude passa por alguns problemas: além de estar muito seco, somente com 11% da capacidade total, encontra-se poluído, segundo os jovens moradores de Pentecoste algumas redes de esgoto escoam água sem tratamento para dentro do açude.
Para além das questões sociais e econômicas, o açude mexe com o imaginário da população, pois existem muitas lendas envolvendo o local. Algumas são engraçadas, como a lenda da “Noiva”: existia uma moça que morava na zona rural e tinha um sonho de casar. Enfim, o grande dia chegou, ela toda vestida de noiva teria que fazer a travessia do açude para chegar à cidade, no entanto, na metade do caminho, além do nervosismo, sentiu uma dor de barriga e teve que parar em uma pequena ilha. Não havendo tempo de tirar o vestido, ela acabou sujando todo ele e casando toda suja. Dizem que depois desse fato, quem vai casar e passa pela “Ilha da Noiva” poderá ter o mesmo destino triste.Outra lenda bastante conhecida em Pentecoste é a da “Cobra”: dizem que ela apareceu durante a construção do açude, contudo nunca ninguém conseguiu matá-la e ela vive lá até hoje, assombrando pescadores e impedindo que eles atravessem o açude, tentando virar os barcos com sua cabeça.

Segundo dia em Pentecoste – Reconhecimento do Patrimônio

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Segundo dia foi bem corrido, porém produtivo em ambas as turmas, foram realizadas as dinâmicas “Escravos de Jó” e “Torém”. Discutimos questões relacionadas à patrimônio cultural: tombamento, registro e inventário. Sentimos que as turmas estavam bastante curiosas sobre o processo de como realizar tombamento de bens culturais da comunidade, o que aumentou ainda mais a nossa discussão sobre as divisões das categorias. Na turma da manhã houve uma situação singular, os jovens tiveram a oportunidade de expressar suas indignações perante a situação social da comunidade devido à participação de uma integrante que trabalha na Secretaria de Cultura do Município (Débora). Discutimos também sobre o caderno étnico (águas), o que gerou um debate sobre a possibilidade de seca do açude Pereira de Miranda. Houve o listamento dos bens patrimoniais da cidade. Acreditamos que a partir desse conhecimento, os jovens do projeto poderão atuar mais ativamente em Pentecoste

Primeiro dia de oficinas em Pentecoste – Começo de uma nova História

Primeiro dia de oficinas em Pentecoste – Começo de uma nova História

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No primeiro dia de oficinas em Pentecoste, fomos a EEEP Alan Pinho Tabosa com muitas expectativas em relação aos alunos. Surpreendidos pela receptividade e interatividade nas turmas da manhã e tarde, então tivemos que adequar uma nova velocidade na dinâmica da oficina. Onde foram aplicadas atividades de apresentação coletiva (cara metade) e a da expectativa (do repolho).  A turma da manhã se comportou com uma timidez mais nítida, apesar de ser composta por jovens de diferentes idades. Já a turma da tarde com jovens da mesma faixa etária e gostos, foram extrovertidos ao ponto de instigar o grupo a entrar em outros tipos de discussões como política, religião, sexualidade, problemas sociais etc. Esse primeiro dia já deu para  percebemos que as turmas tem muito a nos oferecer, o potencial se revela a cada prosa discutida e em momentos sutis como o que Lucas (turma da tarde) cita a presença de outro participante dizendo – Esse já é do Clã – apontando as naturais conectividades de relação existentes, com isso estamos aguardando uma maior intensidade nos encontros de amanhã onde iremos trabalhar as noções de patrimônio cultural, tombamento, e bens materiais e imateriais.