Grupo de grafite (Planalto Caucaia)

“Para começo de conversa é graffiti! Grafite é aquele bastão fininho que tem dentro do lápis que serve para escrever. Mas essa prática  também é escrita. Escrita inscrita nas paredes da cidade. É cor, linguagem, textura, arte, intervenção, protesto, provocação. A arte do grafitti é uma forma de manifestação artística em espaços públicos.Essa foi a forma encontrada para expressar toda a opressão que a humanidade vive, é o reflexo das ruas. Fruto da necessidade de afirmação, o grafitti resgata a identidade e valorização da cultura urbana pela comunidade. Essa arte humaniza e transforma o espaço urbano. Embeleza,  ao mesmo tempo em que defronta a cidade e suas contradições, obrigando-a a contemplar sua própria miséria.

Encontramos, na Escola Vicente Arruda em Caucaia dois jovens que praticam essa arte. Eles nos contaram como tiveram contato com o grafitti, a maneira como aprenderam a desenhar e nos relataram suas experiências e amor que sentem pela arte urbana.”

Uma experiência única (Caixa de Memórias Caucaia)

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Desbravar-se na cultura de outros povos foi perceber que apesar das diferenças temos também muito em comum. Somos uma mistura de muitos; índios, negros, europeus… E de cada um trazemos traços com os quais nos identificamos.
O trabalho realizado nas comunidades dos Tapebas e do Planalto Caucaia foi uma experiência única, rica de aprendizado. A cada relato que ouvimos, percebemos a importância de se sentir pertencente a um lugar, a uma cultura. Os guardiões da memória nos encantaram com suas recordações e vontade de transmitir aos mais novos o valor da história de sua comunidade. Podemos nos maravilhar com as lendas contadas pelos mais sábios na aldeia Tapeba e com a energia jovem que irradia do Planalto Caucaia.·.

Adentrar na história e na cultura dessas comunidades nos possibilitou um novo olhar, real e admirador.

Emoção, descoberta e aprendizado são palavras que podem resumir essa semana de vivência com realidades tão próximas e distintas.

Obrigado a todos que participaram desse projeto, comunidades Tapeba e do Planalto Caucaia, contribuindo com seus ensinamentos e memórias.

Ivonilde / Artesanato em palha e semente (Caucaia)

A senhora Ivonilde nos aguardava tranquilamente na varanda de sua casa. Na mesa e nas paredes podíamos ver seus belos artesanatos. Lindos vestidos feitos da palha da carnaúba, colares e brincos confeccionados a partir de sementes e penas enfeitavam sua mesinha.

Desde pequena, a partir dos bens da natureza, a senhora Ivonilde confecciona artesanato. Já ministrou oficinas, ensinando aos mais novos a arte indígena. Hoje é cadastrada como artesã e nos conta que o artesanato foi a maneira que encontrou para fortalecer sua identidade, mostrando a todos a beleza que é a cultura indígena.

José Netivanir / Artesanato em cipó (Caucaia)

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No interior do Ceará, prestando atenção na maneira como os outros artesãos trabalhavam o Sr. José Netivanir, conhecido como cearense, não teve dificuldades em aprender a confeccionar artesanato em cipó.

Morador do Planalto Caucaia há aproximadamente 30 anos, ele nos conta um pouco sobre seu ofício de artesão. E diz o quanto se sente feliz realizando esse trabalho artístico e manual.

Mangue (Caucaia)

Fomos ao mangue dos Tapebas, que guarda diversas memórias e histórias dos povos que vivem nas redondezas. Foi ali, onde muitos viveram pelo menos alguns anos de sua infância. Brincando nas árvores ou se sujando na lama para pegar caranguejos para venda.

Para os moradores da região, o mangue é mais que um lugar de memória. Muitos deles tiram seu sustento daquele local, rico em vida.

Podemos entender a importância e o elo que esse local tem para a comunidade. Mesmo com a estiagem e com a escassez de caranguejos eles valorizam bastante aquele lugar.

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Iolanda – Guardiã da Memória (Caucaia)

“Ser índio pra mim, primeiramente é se reconhecer como índio e ser também reconhecido pelo povo como membro desse grupo étnico. Em primeiro lugar, né a gente tem que se reconhecer e depois ser reconhecido pelo nosso povo”
Maria Iolanda – Diretora da Escola Indígena Tapeba do Trilho

A professora e liderança indígena nos relata como foi a trajetória da luta para a construção da escola indígena. Pois, devido às discriminações sofridas pelas crianças na escola convencional houve a necessidade da construção de uma escola indígena. Hoje, a escola Tapeba é um espaço aberto para transmitir a importância da cultura aos mais jovens.

Terreiro Sagrado do Pau Branco

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O Terreiro Sagrado do Pau Branco, como o próprio nome já diz, é um lugar sagrado. Lá, os índios Tapebas praticam seus rituais, danças, jogos indígenas… Invocam os Encantados pedindo força para lutar e para suportar a dor de perder um guerreiro. É também um local de reunião entre todas as comunidades e de reafirmação da cultura indígena.

Lagoa dos Tapebas.

Lagoa dos Tapebas.

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O povo Tapeba tem uma ligação forte e mística com a lagoa que lhes dá o nome. Foi a partir dela, às suas margens, que se originou essa comunidade. Além de contar a formação desse povo indígena a lagoa é repleta de histórias e lendas. No vídeo a seguir podemos entender melhor sua importância.

Escola Branca Carneiro de Mendonça

A Escola Branca Carneiro de Mendonça, fundada em 05 de setembro de 1927 foi a primeira escola do município de Caucaia. Situada em frente à Igreja Matriz, esta instituição acolhe alunos de todas as regiões de Caucaia. Por esta escola passaram diversos alunos que tempos depois voltaram como professores e diretores.

Geralmente, dedicamos boa parte de nossas vidas à escola. É lá, que bem cedo começamos a fazer amizades, aprendemos a ler e escrever e consequentemente a temos como um local de bastante importância.

Dessa maneira, podemos perceber a importância desse centro de ensino para a população de Caucaia.

Biblioteca Pública de Caucaia

A Biblioteca Pública de Caucaia se localiza no prédio que antigamente era a Casa de Câmara e Cadeia. Esse monumento tombado pelo IPHAN foi restaurado em 1967 e em 1987, quando o espaço foi adaptado para funcionar como biblioteca.

O tempo passou, mas ainda esta na memória da população as atrocidades que eram cometidas na Casa de Câmara e Cadeia. Diz a lenda, que os espíritos dos índios e dos negros que foram presos e torturados ali, de vez em quando assombram os visitantes.

D. Virgem (Caucaia)

Maria Teixeira dos Santos, mais conhecida como Dona Virgem, tem 89 anos de idade e foi considerada guardiã da memória pelos participantes do projeto. Ela nos conta como era o cotidiano dos Tapeba antigamente.

Puxando pela memória, D. Virgem descreve como chegaram ao local  e com bastante emoção nos diz como era a luta pela demarcação das terras que lhes pertenciam e também nos conta a história da Maria Fumaça.

Para saber mais sobre as recordações dessa guardiã da memória assista ao vídeo abaixo.

D. Beth (Caucaia)

Quando chegamos para entrevistar a senhora Elizabeth ela nos esperava com um sorriso no rosto e bastante alegria para nos contar as lembranças que acumulou ao longo de seus 54 anos de vida.

Além de guardiã da memória, ela é líder do povo indígena, artesã e ex-professora da Escola Tapeba.

D. Célia Maria (Caucaia)

D. Célia, uma das moradoras mais antigas da comunidade Tapeba, conta que a retomada foi um processo de disputa pelas terras que anteriormente pertenciam aos indígenas e que estavam de posse de outras pessoas.

Os índios Tapebas sem terem onde morar se uniram e foram à luta pelo que lhes era de direito. Eles tiveram a ajuda de outras comunidades indígenas como a da Pedreira e da Capoeira.

Além do processo de retomada, D. Célia conta alguns detalhes da comunidade de tempos atrás, como do que se alimentavam a falta de transporte e a forma de trabalho.

Uma história interessante contada por ela é a do “cão-sem-cabeça”, que todos tinham medo, mas que na verdade era o carro, transporte que eles nunca tinham visto.

Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres (Caucaia)

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A Igreja Nossa Senhora dos Prazeres, no centro de Caucaia, foi fundada em 1749 junto com as primeiras colonizações. E de lá para cá a igreja vem reunindo fiéis diariamente.

Geralmente, as Igrejas antigas têm nas suas imediações uma praça. Na Igreja da Matriz, como é popularmente conhecida, não é diferente. A praça da matriz é um importante local de sociabilidade para a população caucaiense. Nos finais de semana a animação é grande. E é bastante comum ver a praça lotada nas noites de sábado e em dias que são realizadas as novenas.

A Pedra Encantada – Pajé Raimunda (Caucaia)

Pedra grande, alta e alva, a Pedra Encantada é o símbolo do povo Tapeba, pela qual eles possuem muito respeito, consideração e amor. Pois a pedra é como se fosse um membro da comunidade.
Reza a lenda que da pedra abre-se uma porta, e que dentro dela existe muito ouro. Em cima dela aparece também um galo que canta e uma cobra revestida de ouro. O galo é o príncipe e a cobra a princesa, donos do encanto que a pedra possui.

Para desencantar a pedra e ter acesso ao ouro que existe dentro dela, é necessário que alguém desfaça o encanto derramando um pouco de seu sangue sobre ela, mas até agora ninguém conseguiu.
A pedra nunca mais se abriu e segundo Dona Raimunda, pajé da tribo Tapeba, foi por causa da ambição de uma índia que queria pegar todo o ouro.

Fabiano Silva / Pintura Corporal

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A pintura corporal é uma tradição da comunidade indígena Tapeba. Ela é utilizada nos rituais como na dança do toré e na dança guerreira. As várias formas de pintura possuem um significado. Os dois peixes namorando, por exemplo, representam a pesca. Assim como as cores utilizadas, o preto representa o luto e o vermelho a luta.   O ato de se pintar também é uma forma de sentirem protegidos ao irem às batalhas, além de valorizar a cultura indígena.

 Há 11 anos, Fabiano Silva, índio Tapeba, trabalha com essa arte, de onde tira sua fonte de renda. Informou que a tinta é feita do jenipapo, mas não revela o segredo de como fazê-la e que aprendeu essa tradição da pintura com seus pais.

Flávio Almeida / Artesanato (Caucaia)

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Tudo começou em uma oficina de artesanato em que os alunos faziam bonecos de mamulengo esculpidos em madeira, e Flávio, observando-os, arriscou fazer também. De primeira fez um trabalho bem feito e diferenciado, sendo reconhecido pelo instrutor que o incentivou lhe confiando outros trabalhos.

Com o decorrer do tempo, Flávio viu o potencial do trabalho utilizando a palha da carnaúba e do coqueiro, maior parte do material que utiliza nas suas obras.

Hoje, além de trabalhar fazendo suas próprias obras ele ministra oficinas em que tem prazer de ensinar a outras pessoas a técnica de seu trabalho.

Cultura é… (Planalto Caucaia)

Através de uma palavra cada aluno disse o que para eles seria cultura. Além de mandarem muito bem no conceito, eles mostraram que são verdadeiros artistas.

Pinturas corporais (Caucaia – Comunidade Tapeba)

                pinturas corporal

Podemos perceber a riqueza cultural dos Tapebas desde que chegamos a comunidade. A prática de pintar o corpo com tinta de jenipapo esta presente no cotidiano dos jovens. É uma maneira de manterem viva essa tradição, além de um reconhecimento pessoal.

Escola Vicente Arruda no Planalto Caucaia

Nesta instituição nos deparamos com jovens ativos e desinibidos. Todos participaram das atividades e das dinâmicas. O clima da aula foi muito agradável e debate sobre cultura bastante produtivo. Os alunos formaram equipes, discutiram entre si o conteúdo e apresentaram seus pensamentos.

Arte indígena na comunidade Tapeba

Já reparou que as pinturas corporais indígenas, na maioria das vezes são feitas com tintura preta e vermelha?

Hoje, tivemos a oportunidade de saber um pouco sobre isso. Segundo um jovem Tapeba, o preto simboliza o luto e o vermelho representa a luta. Luta pela preservação de suas terras e de sua cultura. Esse costume de se pintar antes de irem às batalhas é uma maneira que eles têm de se sentirem protegidos e assim atingirem seu alvo.

Os desenhos a seguir foram feitos pelos alunos:

Povo Tapeba – Verdadeiros conhecedores de sua História (Caucaia)

No início da da oficina os participantes estavam um pouco tímidos, mas com as dinâmicas a interação foi acontecendo. Conversamos sobre cultura e ao apresentarem a atividade proposta eles mostraram ser verdadeiros conhecedores do assunto e deram um show de aula ao falarem sobre sua História, identidade e costumes.

Escola Indígena Tapeba do Trilho (Caucaia)

A Escola e localizada em uma área de retomada, marcada por disputas e conflitos pelas terras. Sua construção foi de grande importância para esse povo. Significou o fortalecimento da comunidade e da identidade indígena.